sábado, 30 de janeiro de 2010

Os católicos romanos e a questão do aborto

Os ultramontanistas são contra o aborto em quaisquer circunstâncias, mas são contra não porque amem o ser humano, são contra porque o "doce Cristo na Terra" (assim se referia ao papa - a dominicana Catarina de Sena) proíbe o aborto em quaisquer situações.

Eu ainda não formei nenhuma opinião a respeito porque não estudei a fundo o assunto, mas sou a favor do aborto de fetos anencéfalos, pretendo abordar o aborto em outros aspectos também, mais para frente.

É engraçado que muitos desses que falam contra o aborto são a favor da pena de morte. Matar feto não pode, gente adulta pode, mesmo que o sistema judiciário falhe. Vai entender!!!

Tá, os católicos são contra o aborto, que maravilha!!! São a favor da vida, lindo!!! Mas que adianta uma mulher paupérrima que mora numa favela ter oito, dez ou mais filhos se eles nem tem o que comer??? Que adianta ter uma porrada um exército de filhos e não poder alimentá-los e não poder educá-los?

O protesto dos católiquinhos contra o aborto (falo daqueles hipócritas que fazem o discurso anti-aborto mas seguem o pensamento neoliberal) só teria coerência se ajudassem as mães solteiras, se procurassem de algum modo dar dignidade a essas mulheres que se entopem de filhos... Esses religiosos tartufos adoram a falar que fetos sofrem, que tem sentimentos, mas esses mesmos católiquinhos não se preocupam com meninos de rua, não se preocupam com chacinas, etc...

Há mães que não tem condições nem econômicas nem psicológicas para educar uma criança, mas os catoliquitos querem porque querem que a criança nasça e que se foda siga o seu fado. Se os catoliquitos(falo daqueles que são tradicionalistas - seguidores de Lefébvre, TFP, Opus Dei) amam tanto a vida intra-uterina deveriam amar ainda mais a vida extra-uterina e sabedores que são que muitas famílias não podem educar uma criança, deveriam eles mesmos assumir a paternidade dessas crianças, apadrinhando-as e por que não adotando-as? Só assim o seu discurso anti-aborto faria sentido.

Eu respeito muito as Missionárias da Caridade, porque são anti-aborto mas são coerentes. Em seu convento havia esses dizeres: "Não há aborte seu filho, se você não o quer, não tem condições de criá-lo, nós o educaremos para você". Já não tenho um pingo de respeito a esses papistas fanáticos que são contra o aborto porque são e nem se importam se uma mulher pobre tem condições econômicas e mentais de educar uma criança, criança essa que corre o risco de se tornar uma marginal e ser morta pela polícia duas décadas depois de nascida.

Quer ser anti-aborto lute por uma sociedade igualitária, onde não existam crianças desnutridas, sem acesso à saúde e educação. Agora se é para pregar contra o aborto só por causa dos caprichos de "Sua Santidade" vá às favas quem pensa assim e também "Sua Santidade".

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A exploração do trabalhador é igual em qualquer parte do globo

Acabei de ler uma matéria do blog xadrezismo, e fiquei desnorteado com o artigo. O artigo se refere a empresa Savinor (Sociedade Avícola do Norte), que faz de tudo para oprimir os trabalhadores, que coage seus empregados, que essa empresa ainda tem a cara de pau de chamar de "colaboradores" (como se eles fossem sócios e/ou recebessem por igual os lucros da empresa).

Mas a tal Savinor obrigou a seus motoristas a se escanhoarem diariamente e quem aparecer na empresa com barba por fazer será multado em 10 euros. Quer dizer que na empresa os trabalhadores serão obrigados a se despersonalizar. Agora a empresa quer ditar o modo pelo qual seus empregados devem se vestir, como devem cortar o cabelo e a barba, etc...

A empresa não contente com essa medida fascista, ainda foi mais além. Afirmou que o empregados devem que ter disponililidade de tempo para trabalhar na empresa, ou seja, os trabalhadores da empresa devem ser escravos, pura filosofia do neoliberalismo.

Em tempo, quem denunciou essas atitudes foi o PCP (Partido Comunista Português).

Para encerrar com chave de ouro a Internacional:


P.S.: Quem quiser ler o artigo na íntegra é só clicar no link que está na primeira linha deste artigo.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Revista Veja mente para desmoralizar o MST



No site Conversa Afiada do jornalista Paulo Henrique Amorim há uma nota do MST sobre a matéria mentirosa da revista Veja.
Não é a primeira vez e tampouco será a última que essa revista neoliberal mente.
Há alguns anos que nem sequer folheio essa sub-literatura, não entendo como alguém possa ler esse tipo de revista tendenciosa e mentirosa.

É por causa dessas matérias inventadas que o MST não conta com o apoio da classe média leitora de Veja. Se bem que há quem apóie as mentiras da Veja e nesse caso não é melhor que os jornalixoslistas e editores desse lixo.

A Veja quando fez a ´"matéria" partiu de uma meia verdade, há uma área devastada no município de Tailândia, isso é verdade, ponto pacífico. A mentira vem a seguir: Foram os sem-terra que destruíram a área. A revistosca bem sabe que foram os latifundiários que fizeram tal coisa, mas é assim, o que tem dinheiro e propriedade faz e o MST  serve de bode expiatório e nesse caso matam-se dois coelhos com uma cajadada só: defende-se os verdadeiros criminosos que são os latifundiários que devem ser vistos como heróis, e sua ideologia que é a neoliberal como boa e incrimina-se o MST que é inocente  a reforma agrária e o socialismo como maus. Nesse caso, a revistinha deve agradecer aos céus por existir o bode expiatório (MST) em quem por a culpa.

Depois o PIG  quer liberdade de expressão! Expressão do quê? Da mentira, da calúnia?

Para quem quiser ler a nota do MST sobre a Veja, pode ler clicando aqui.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Sobre o Boris Casoy e o antissemitismo

Muitas pessoas ficaram escandalizadas com as ofensas feitas pelo jornalista Boris Casoy aos garis, âncora do telejornal da Band, e muita gente escreveu sobre esse pateta iluminado. Fizeram uma pesquisa sobre sua vida e soube-se que ele participou do CCC (Comando de Caça aos Comunistas) e que ele é filho de judeus, é aqui que a porca torce o rabo.

A ofensa de Boris Casoy gerou uma onda de antissemitismo, e fascismo até mesmo nos meios da esquerda. Uma coisa é o cidadão Boris Casoy e outra bem distinta o povo judeu. Se Boris Casoy fosse português ninguém falaria nada contra o povo português, se fosse estadunidense ninguém falaria nada contraos EUA, se fosse canadense ninguém iria perseguir o povo canadense, se fosse nicaraguense ninguém culparia o povo da Nicarágua por tal ofensa. Acontece que Boris Casoy é judeu e o imaginário popular está repleto de preconceitos contra o povo judeu. Preconceitos estes que vem da idade média, passando pela idade moderna e chegando aos dias atuais.

Quando um judeu faz algo de errado, não é o indivíduo que paga, mas todo o povo. Se um judeu faz bem ninguém fala nada, e se fala é para dizer que fulano não é judeu, como muito bem escreveu Albert Einstein: "Se minha Teoria da Relatividade estiver correta, a Alemanha dirá que sou alemão e a França me declarará um cidadão do mundo. Mas, se não estiver, a França dirá que sou alemão e os alemães dirão que sou judeu". [1]

Infelizmente os fascistas sempre estão à cata de um judeu que venha a falar merda para atacar todo um povo. Falar besteira é patrimônio da espécie humana e não de um povo e não de uma etnia. Quantas pessoas de outras povos e etnias não falam besteiras e nem por isso perseguem-se os povos indo-europeus, asiáticos, americanos, etc...

Quem deve ser punido é o sr. Boris Casoy não enquanto judeu, mas enquanto cidadão brasileiro sujeito as leis deste país. Pois se ele não fosse francês, ninguém iria dizer: "Tinha que ser esse filho da puta francês".

O que o povo precisa entender é que nenhum judeu é igual e que nem todo judeu é preconceituoso, assim como há brasileiros racistas, isso não quer dizer que todo brasileiro é racista.

Não é o povo judeu que é preconceituoso, o preconceituoso é o senhor Boris Casoy. Quem julga uma etnia por causa de um homem é um imbecil. Aliás faz-se mister dizer que há judeus ateus, comunistas, que lutam pela causa palestina, etc... Muitas pessoas são racistas por falta de estudo e se deixam levar por ideologias há muito tempo desbaratadas pela ciência. A influência do antissemitismo atinge mesmo ateus e comunistas que odeiam o cristianismo e mesmo assim se deixaram contaminar pelo o que há de pior no cristianismo: o antissemitismo.

Estamos no século XXI mas por incrível que pareça ainda estamos na Idade Média, com certas parcelas da população crendo que os judeus são "envenenadores de poços, assassinos de crianças, malditos, etc...".

Nota: [1] A citação da frase Albert Einstein se encontra no livro: O Melhor do Mau Humor, edição e tradução de Ruy Castro, Companhia das Letras, SP, 1991

domingo, 3 de janeiro de 2010

Isto é uma vergonha!




O jornalista Boris Casoy humilhou uma dupla de garis que desejaram um feliz 2010. Durante o comercial o idiota apresentador não percebeu que o microfone estava aberto e lançou esta pérola: "Que merda... dois lixeiros desejando felicidades... do alto de suas vassouras... dois lixeiros... o mais baixo da escala do trabalho...".

Gostaria de perguntar a esse senhor: lixeiros não são pessoas? Eles não podem desejar felicidades? Isso dá uma ideia de como esse "cidadão" deve tratar seus subalternos. Como diz um ditado popular: "A ocasião faz o ladrão". Eis aí a oportunidade de mostrar o "carinho" que esse homem tem pelo povo brasileiro. Porque ao fazer isso ele não ofendeu só aos dois garis, mas a maior parte da população que é pobre, sofrida e trabalhadora. Essa população que ele ofendeu é a mesma que sempre lhe deu audiência, e eis como ele paga: "Que merda... dois lixeiros desejando felicidades...".

"... dois lixeiros... o mais baixo da escala do trabalho". O que ele quis dizer com isso? Que os lixeiros são a escória da humanidade. Que seu trabalho é degradante e por consequência essas pessoas são degradadas?

O que quer esse jornalista criar um sistema de castas? Onde ele é o lindo, gostosão e fodástico brâmane e os garis são párias? Sim, porque na Índia quem executa os serviços degradantes são os párias. Segundo Casoy, o trabalho do lixeiro é o mais baixo na escala do trabalho, e no entanto é um dos mais úteis. Porque é graças aos lixeiros que não vivemos em lugares sujos, com maus odores, com ratos e sujeitos as doenças. Que seria do "grande" jornalista se os lixeiros fizessem greve por tempo indeterminado? Recolheria ele os lixos da vizinhança, varreria as ruas e calçadas para que as bocas de lobo não entupissem? Quanto tempo esse senhor aguentaria a viver em meio ao lixo?

Claro que no dia seguinte o jornalista com a consciência pesada fez sua mea-culpa: "Ontem, durante o intervalo do 'Jornal da Band', em um vazamento de áudio, eu disse uma frase infeliz, que ofendeu os garis. Por isso, quero pedir profundas desculpas aos garis e aos telespectadores do 'Jornal da Band'."


Depois que se inventou a desculpa tudo ficou mais fácil. Você ofende, finge que se arrepende, vai lá e pede desculpa. Você faz as suas merdas, e depois, vai lá e pede desculpa e fica tudo consertado. Que lindo!!! A pior coisa que existe no mundo é esse "desculpismo", é um tal de desculpa pra cá, desculpa pra lá. Desculpas a meu ver não adiantam, desculpas são desculpas esfarrapadas. Por que as pessoas não pensam antes de fazer as suas cagadas?

Esse tipo de desculpa nada mais é do que a hipocrisia manifesta. Se o microfone não tivesse aberto e se ninguém ouvisse as merdas do jornalistazinho Boris Casoy, ele não iria pedir desculpa e nem iria se arrepender do que disse. Mas como todo o Brasil ouviu, e ele não quis passar por vilão, pediu desculpas. Com a desculpa, ele pode cometer outras gafes e pedir desculpas e assim cria-se um círculo vicioso, no qual um erra propositadamente e pede desculpas e outro perdoa. O primeiro comete outro erro e o último perdoa de novo e assim sucessivamente.

Boris Casoy, moralista, homem de bem que sempre critica o governo com sua frasezinha tosca: "Isto é uma vergonha!" Depois dessa, o melhor que o jornalista pode fazer é se olhar no espelho e repetir para sua imagem: "Isto é uma vergonha!".
Se ele tivesse vergonha, pediria demissão no mesmo dia ou assumiria que é preconceituoso e que não gosta de pobres. Seria horrível, seria, mas antes de tudo seria sincero e uma pessoa sincera merece aplausos, mesmo estando no erro. Não se deve aplaudir o erro da pessoa mas sua sinceridade.